Cartrack escolhe Califórnia para lançar operações nos EUA

Cartrack Califórnia EUA

Empresa aposta no maior estado norte-americano

JOANESBURGO – A Cartrack escolheu a Califórnia para ser a plataforma de lançamento das operações da multinacional nos EUA, apesar de não oferecer tantos benefícios e deduções fiscais comparativamente com outros estados norte-americanos.

A dimensão do mercado e da economia da Califórnia ditaram esta escolha, afirma Zak Calisto, o CEO da empresa de gestão de frotas e recuperação de veículos roubados.

Dados da Divisão de Análise Económica do Departamento do Comércio dos EUA mostram que a população californiana superou os 39 milhões em 2015, a maior do país. O produto interno bruto do estado norte-americano é o mais elevado do país, tendo totalizado 2,3 biliões de dólares em 2014, enquanto o rendimento de pessoas singulares per capita ronda os cerca 52.651 dólares – 110% da média nacional (47.669 dólares) e o décimo maior em termos nacionais. 

Apesar de ser uma das economias mais avançadas do mundo, a penetração da telemática nos EUA é relativamente baixa, de acordo com Calisto, acrescentando que a Cartrack viu dados num intervalo entre 15% e 30%.

A Administração Federal de Segurança no Transporte Rodoviário dos EUA determinou recentemente que os veículos comerciais têm de ter dispositivos eletrónicos capazes de registar os horários de serviço. Os veículos comerciais devem cumprir a nova regra até dezembro de 2017 e a Cartrack estima que cerca de três milhões de veículos implementem as alterações nos próximos 18 meses. 

A empresa acredita que pode disponibilizar serviços de telemática a cerca de metade do preço das ofertas atuais. A Cartrack já escolheu o responsável que vai liderar as operações da empresa nos EUA — um cidadão sul-africano que vive no país há duas décadas. Contudo, Calisto não quis revelar a sua identidade, preferindo manter a escolha em segredo por mais algum tempo.

Consumidores vão ter acesso aos seus dados 

Segundo o CEO da Cartrack, as seguradoras vão deixar de recolher os dados dos segurados, passando os consumidores a deter os seus próprios dados — como, por exemplo, o estilo de condução — que poderão ceder às seguradoras para garantir as apólices.

Os consumidores vão liderar a procura por produtos de telemática no futuro, diz Calisto ao Moneyweb no seguimento da divulgação dos resultados financeiros do ano fiscal que terminou no final do mês de fevereiro.

Robin Wagner, vice-presidente e responsável internacional pela área internacional de seguros da TransUnion, defende que as seguradoras — que neste momento controlam ferozmente os dados de telemática — vão comprovar os benefícios da componente de partilha, para que os consumidores possam ter acesso a uma “assinatura telemática” padronizada na altura de definir as apólices e as garantias. 

“Dados isolados têm um impacto limitado”, diz Wagner à Moneyweb, comparando esta evolução com a mudança ocorrida no seio dos bancos e das retalhistas, que hoje em dia partilham informações sobre o crédito dos clientes.

Uma vez que as marcas apostam cada vez mais na instalação de plataformas de telemática nos veículos durante o processo de fabrico, por oposição à posterior instalação dos dispositivos, Calisto continua a acreditar que as fabricantes automóveis ainda precisam de terceiros para prestar estes serviços.

“Não tenho dúvidas que dentro de 20 anos todos os automóveis vão ter dispositivos de telemática, devido a questões de segurança e proteção, às leis que regulamentam a poluição e à procura de eficiência laboral por parte das empresas”, acrescenta.

A Ernst & Young espera que cerca de 104 milhões de automóveis novos contem com algum tipo de “conectividade interna” até 2025.

Contudo, uma vez que a telemática não é o negócio principal das fabricantes automóveis, que não estão preparadas para a gestão de todos os problemas relacionados com a prestação de serviços e questões técnicas, há oportunidades de negócio para empresas como a Cartrack, que hoje gere uma solução de telemática desenvolvida para carrinhas MAN em África, segundo Calisto. 

O número de veículos monitorizados pela empresa sul-africana aumentou 17% para 502.849 unidades nos 12 meses terminados no final de fevereiro. Na África do Sul, o indicador cresceu 16% para 391.000 unidades no ano anterior. 

Neste momento, a África do Sul é responsável por 74% das receitas totais da empresa, que aumentaram 20% para mil milhões de rands sul-africanos. O lucro operacional aumentou 19% para 344,8 milhões de rands sul-africanos.

Calisto acredita que a empresa vai continuar a crescer na África do Sul nos próximos anos, apesar do aumento de 50% dos incumprimentos — maioritariamente consumidores com dificuldades financeiras.

A Cartrack espera que os negócios na Ásia e no Médio Oriente, que registaram um prejuízo operacional de 12 milhões de rands sul-africanos no período em análise devido a custos relacionados com o arranque das atividades, passem a ser rentáveis em 2019. Para a maior parte destas filiais, este foi o primeiro ano operacional. 

A Cartrack declarou um dividendo anual de 55 cêntimos, representando um aumento de 20% em relação ao ano anterior.

Neste momento, a empresa conta com 231.000 ações dispersas no mercado e um valor de mercado de 218,7 milhões de rands sul-africanos.

Traduzido pela Webtexto para a Cartrack
Fotografia por Cartrack ZA

Título Original: Cartrack targets California
Autor: Hanna Ziady
Publicação: 1 de junho de 2016
Órgão de Comunicação: Moneyweb