Como se definem os preços dos combustíveis?

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Quando compramos um veículo, seja particular ou empresarial, já sabemos que o maior gasto que teremos estará relacionado com o combustível. Embora as viaturas elétricas estejam a ganhar terreno no mercado português, a maioria dos veículos vendidos ainda são a gasolina ou a gasóleo. Portanto, saber gerir o combustível, principalmente em frotas empresariais, é indispensável. Não é uma tarefa fácil, tendo em conta que todas as semanas são anunciados aumentos ou reduções dos preços dos combustíveis.

Para que entenda o porquê da variação constante dos preços dos combustíveis, a Cartrack Portugal explica-lhe como são definidos os preços e de onde é proveniente a gasolina e o gasóleo que os portugueses consomem.

 

Como são definidos os preços dos combustíveis?

As perguntas “Como é que são definidos os preços dos combustíveis?” ou “O que faz com que os preços da gasolina ou do gasóleo estejam tão elevados?” são regularmente feitas pelos consumidores portugueses, quando ouvem ou leem notícias a anunciarem a subida ou descida dos preços dos combustíveis. Estas notícias têm a relevância de nos dar informações importantes sobre o preço do petróleo do tipo Brent, negociado na Bolsa de Londres e sobre cotações Platts de Roterdão (NWE).

Não sabe o que é o petróleo do tipo Brent e as cotações Platts? Para entender melhor, existem dois tipos de petróleo cotados em bolsa: o petróleo Brent e o Petróleo West Texas Intermediate (WTI). O petróleo Brent é extraído do Mar do Norte e do Médio Oriente e tem cotação no mercado europeu e asiático. Do outro lado, temos o petróleo WTI, extraído principalmente na região do Golfo do México, é negociado na Bolsa de Nova Iorque e tem cotação para o mercado americano.

No entanto, as diferenças entre estes dois tipos de petróleo vão além da própria geografia. O WTI é um petróleo mais leve e, portanto, mais fácil e barato de refinar, o que geralmente confere um preço mais alto ao Brent. Além disso, a diferença entre os preços de referência também está dependente da situação geopolítica dos principais produtores e da valorização ou desvalorização do euro face ao dólar. A cotação em bolsa é fixada em dólares, pelo que uma desvalorização do euro face ao dólar fará com que seja necessário mais dinheiro para a compra de cada litro de combustível.

Quanto às cotações Platts, estas são um valor de referência para cada uma das diferentes especificações de produtos derivados de petróleo, em resultado da oferta e da procura da gasolina e do gasóleo no mercado internacional. Deste modo, são as cotações Platts que constituem os preços internacionais de referência dos combustíveis seguidos pelas refinarias das economias de mercado de todo o mundo, incluindo de Portugal. A subida ou descida dos preços dos combustíveis resulta do equilíbrio do conjunto de ofertas e procuras manifestadas diariamente pelo mercado internacional.

Na Europa, existem dois centros de cotações Platts. O primeiro centro encontra-se em Roterdão, na Holanda, e tem cotação para as refinarias no Nordeste da Europa (NWE), enquanto o segundo localiza-se em Lavéra, em França, e tem cotação para as refinarias da região do Mediterrâneo. Em Portugal, embora as variações no petróleo Brent tenham influência, são as variações dos Platts de Roterdão que determinam o avançar ou recuar dos preços de referência dos combustíveis. Porém, apesar destas variações constantes terem influência no preço final do consumidor, não são as únicas. A maior fatia na constituição do preço dos combustíveis está na carga fiscal que é imposta.

Desta forma, aquilo que os consumidores pagam no momento de abastecer é o preço de refinaria, ao qual se acrescenta o imposto sobre produtos petrolíferos (ISP) e outros, o IVA e a margem de lucro retiradas pelas gasolineiras. Mas tal como mencionado, o que representa um peso maior no preço final é a carga fiscal que leva mais de metade do valor pago por cada litro. Segundo dados recolhidos da Entidade Nacional para o Mercado de Combustíveis (ENMC), a carga fiscal na gasolina representa 64,3% do preço de referência, enquanto, por outro lado, no gasóleo corresponde a 57,8%.

 

De onde vem a gasolina e o gasóleo consumidos em Portugal?

Quando se vai abastecer o veículo a uma bomba de gasolina, geralmente, os consumidores não têm a preocupação de saber qual a proveniência da gasolina ou do gasóleo com que se estão a abastecer os veículos. Porém, os produtores de petróleo não se interessam se aqueles abastecem o seu veículo com gasolina ou gasóleo, pois tudo sai do petróleo em estado bruto.

Antes de chegar às bombas de gasolina, o petróleo passa por um processo de refinação. Desta refinação, é de onde sai a gasolina, o gasóleo e o gás de petróleo liquefeito – mais conhecido por GPL. No entanto, através deste processo de transformação do petróleo bruto não se obtém somente os combustíveis conhecidos nas bombas de gasolina. Desta feita, do petróleo bruto resultam também os lubrificantes – não sintéticos -, o óleo combustível e o asfalto que reveste as estradas.

Em Portugal, segundo dados da DGEG,  entre 2015 e 2016 o maior abastecedor de petróleo em estado bruto foi o continente Africano e, mais especificamente, Angola. No entanto, em 2017, o continente africano – principalmente Angola – perdeu a sua quota de mercado como principal fornecedor.

Por outro lado, o mercado asiático acabou por ganhar terreno e passou a ser o principal fornecedor de petróleo bruto com uma quota de mercado de 65%. Esta quota deve-se, sobretudo, às importações com origem na Rússia – com  3 035 186 toneladas que o tornam o maior país fornecedor -, no Azerbaijão – com 1 856 430 toneladas -, no Cazaquistão – com 1 667 966 toneladas – e na Arábia Saudita – com 1 550 900 toneladas.

Com este relatório disponibilizado pela DGEG, onde constam os países importadores, é-nos possível perceber que a maior parte do petróleo consumido em Portugal provém da Rússia e dos restantes países asiáticos, em detrimento de Angola que liderou em 2015 e 2016. Com base nesta decisão estão as estratégias comerciais das gasolineiras, principalmente da Galp Energia, que dita o ritmo das compras de petróleo e da venda de combustíveis.

Após saber como são definidos os preços dos combustíveis e quais os principais países importadores de petróleo, torna-se agora mais fácil entender os fatores que fazem oscilar os preços quando nos deslocamos a uma bomba de gasolina. Ao mesmo tempo, é possível perceber que apesar de todas as variações constantes terem influência no preço final, a maior fatia da constituição do valor a pagar encontra-se na carga fiscal imposta.

 

Texto atualizado a 24 de agosto de 2018 para incluir as cotações Platts.

 

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Produzido pela Webtexto para a Cartrack