Os Sistemas de Gestão de Frota e a Sustentabilidade Urbana

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A 28 de outubro de 2016 lia-se, em destaque, no Diário de Notícias: “Lisboa com mais 15.000 carros por dia”, “o vereador Manuel Salgado admite que estes números são ‘insustentáveis’”.

Nada de surpreendente para quem circula nas principais metrópoles e até mesmo em cidades de menor dimensão de Portugal.

Anos de irresponsabilidade no planeamento ou não planeamento deixaram a sua marca:

  • Desprezo pelo transporte público de passageiros no tecido urbano e zonas de estacionamento junto destes;
  • Sistemas bilhéticos dos transportes públicos isolados, confusos e sem articulação;
  • Transportes públicos deficientes e insuficientes;
  • Entrada sem restrições significativas nos centros das cidades;
  • Sistemas logísticos de distribuição de mercadorias deficientes com desprezo pela distribuição noturna adaptada às cidades;
  • Circulação de autocarros de passageiros de turismo pelo centro das cidades, ignorando critérios técnicos e ambientais;
  • … entre outros.

Tantos que a folha seria escassa e a paciência do leitor não merece tamanha punição.

As empresas têm uma palavra a dizer perante a sociedade e a boa gestão da sua frota, de uso exclusivamente profissional ou combinando as duas dimensões profissional e pessoal. Como tal, deve “bater-se” por um uso racional que anualmente imponha metas de redução de:

  • Litros de combustível consumido em absoluto;
  • Relação de combustível versus kms percorridos;
  • Kms percorridos por utilizador;
  • Kms percorridos por atividade;
  • Ações de manutenção não preventiva e de rotina;
  • Custos de multas e despesas de parquímetro.

Outros objetivos, que ao longo desta série de textos foram enunciados, podiam agora repetir-se mas a verificação destes objetivos de melhoria será suficiente para dar um forte contributo no combate à insustentabilidade da vida nas cidades.

Este não é um desafio menor. As duas principais cidades de Portugal, Lisboa e Porto, enfrentam desafios quanto à sua regeneração que não devem adiar a introdução de mecanismos “condicionadores e penalizadores” do uso não racional e planeado do acesso ou passagem pelas cidades.

A introdução de obrigatoriedades técnicas no tipo de viaturas em circulação deve ir mais longe, incentivando o carro não poluente, de reduzidas dimensões no que concerne às viaturas não comercias.

Quanto às viaturas comerciais ligeiras e pesadas, a planificação acompanhada de regulamentação e vigilância pública proativa deve contribuir para a redução significativa da sua presença nas cidades, a partir da procura da eficiência económica e operacional.

A liderança pública deve desenvolver ações diversas quanto a este tema. Estas podem passar pela dinamização de centros logísticos de múltipla dimensão na malha urbana e, inclusive, pelo desenvolvimento de serviços logísticos de base partilhada e colaborativos ao nível dos bairros.

Uma Gestão de Frotas profissional e “reforçada” nas empresas é, hoje, fundamental para a obtenção de melhorias económicas e operacionais. Também é crucial para o estudo e antecipação dos novos desafios que a (In)Sustentabilidade Urbana coloca.

 

Fotografia por Fernando Piçarra Fotografia

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José Henriques 

Consultor e formador de Gestão de Operações e Logística – CEO da Magnum Cap